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quinta-feira, novembro 17, 2022

O Equívoco

Em um determinado país regido pelo socialismo, havia efetivo favorecimento à natalidade.

Necessitando de mão-de-obra, o governo decretava uma lei que obrigava os casais a terem certo número de filhos.

Previam também uma tolerância de cinco anos, no fim dos quais, o casal teria que ter pelo menos um filho.

Os casais que não conseguissem no fim do prazo um filho seria feito uma análise para ver de quem era o problema.

Se fosse do marido o governo destacaria um agente auxiliar masculino, se o problema fosse da mulher, viria uma agente feminina para que a criança fosse dada à luz.

Neste caso que será narrado agora, o problema era do marido e assim tivemos esse diálogo entre um casal.

- Querido, completamos hoje cinco anos de casados e não aconteceu o que o governo deseja – disse a mulher preocupada.

- É, infelizmente não tivemos o nosso filho. O pior é que o problema está em mim.

- Será que eles vão mandar o tal agente? – Perguntou curiosa a esposa.

- Não sei, talvez mandem.

- E se ele vier?

- Bem, eu não posso fazer nada, você bem sabe!

- Eu menos ainda! – Disse a mulher com desdém.

- Vou sair, já estou atrasado para o trabalho – disse o marido preocupado.
Logo após a saída do marido, batem à porta.

A mulher corre para atender e encontrou um homem à sua espera.

Tratava-se apenas de um fotógrafo que errara de endereço ao qual devia atender.

- Bom dia, eu sou...

- Ah! Já sei... Pode entrar – disse a mulher afastando-se para o homem entrar.   

- Seu marido está em casa?

- Não, ele já foi trabalhar.

- Presumo que ele já esteja sabendo...

- Sim, claro – disse ela, fazendo com que o homem se sentisse à vontade – ele está sabendo e concorda plenamente.

- Ótimo. Então vamos começar.

- Mas já assim tão rápido?

- Preciso ser breve. Ainda tenho dezesseis casais para visitar hoje – disse ele.

- Deus do céu. E o senhor aguenta?

- Sim, gosto muito do meu trabalho, ele me traz muito prazer.

- Então vamos começar; como faremos? – Perguntou a mulher embaraçada.

- Permita-me sugerir: uma no quarto, duas no tapete, duas no sofá e uma no banheiro.

- Nossa! O senhor não está exagerando?

- Bem... Na primeira tentativa podemos não acertar na mosca.

- O senhor já visitou alguma casa neste bairro? – Perguntou a mulher com curiosidade.

- Não. Mas tenho comigo algumas amostras do meu trabalho (mostrando fotos de crianças), não são lindas? – Perguntou ele.

- Como são belas, foi o senhor mesmo que as fez?

- Sim. Veja está aqui, por exemplo, (mostrando outra foto de criança). Foi conseguida na porta de um supermercado.

- Nossa, que horror! O senhor não acha muito público?

- Sim, mas a mãe era artista de cinema e queria muita publicidade.

- Eu não teria coragem de fazer dessa maneira.

- Essa aqui foi em cima de um ônibus – disse ele, mostrando outra foto.

- Meu Deus do céu!

- Foi o trabalho mais duro e difícil que já fiz.

- Eu imagino...

- Essa foi feita em um parque de diversões em pleno inverno.

- Credo! Como o senhor consegue?

- Não foi fácil. Como se não bastasse a neve caindo, tinha uma multidão em nossa volta. Quase não consigo acabar...

- Ainda bem que sou discreta. Eu não quero ninguém olhando.

- Ótimo, eu também prefiro assim. Agora, se me permite vou armar o tripé.

- Tripé? Para que? – Perguntou a mulher assustada.

- Bem senhora, é necessário. O meu instrumento além de pesado, depois de pronto mede cinquenta centímetro...

Quando o homem se virou, a mulher havia desmaiado.




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